As especulações de que o governo anuncie um corte na meta de superávit primário fez o dólar comercial fechar em alta de 1,63%, a R$ 3,2260 na venda. Dados melhores do que o esperado nas vendas de imóveis nos Estados Unidos também impulsionaram a moeda.
Segundo Paulo Petrassi, chefe de renda fixa da Leme Investimentos, os receios dos investidores aumentam com a suposta decisão do governo de reduzir a meta, porque isso demonstraria uma “perda de poder” de articulação do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Com isso, aumenta a busca por proteção na divisa norte-americana.
Além disso, as vendas de imóveis usados nos Estados Unidos subiram 3,2% em junho em relação a maio, para uma taxa anualizada de 5,49 milhões de unidades, reforçando a tese de que o país segue em recuperação.
– O indicador foi mais forte do que o esperado. Isso ajuda a enxugar liquidez no mundo – afirmou Petrassi.
Para Bernard Gonin, analista econômico da Bozano Investimentos, a revisão da meta de superávit é um aspecto negativo para o câmbio, especialmente porque um corte da meta atual de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,15% traz uma pressão forte do lado interno.
– É muito ruim na decisão sobre o rating do país – pontua.