A moeda norte-americana terminou com recuo de 0,13%, cotada a R$ 3,2438 para compra e R$ 3,2445 para venda.
Segundo relatório da consultoria AGR Brasil, o recuo da divisa não deve ser encarada como tendência. O dólar apresenta valorização acumulada de mais de 4% em relação às principais moedas internacionais desde o início de março e de 13% ante o real.
– As baixas nas cotações do dólar, tanto no mercado internacional quanto no Brasil, devem ser encaradas como movimentos temporários de correção, pelo menos por agora – diz trecho do relatório.
O mercado continua de olho nos desenvolvimentos políticos do país, especialmente aqueles que podem atrapalhar os planos do governo de realizar o ajuste fiscal.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o programa do governo de melhoria da gestão das contas públicas e disse que “se a gente tiver coragem, esse negócio não será difícil”. Ele afirmou também que o governo trabalha para evitar cenários econômicos que justifiquem as agências de rating rebaixarem a classificação de risco do Brasil.
O boletim Focus, levantamento realizado pelo Banco Central (BC) com economistas e instituições financeiras, mostra que o mercado acredita que o dólar pode fechar o ano em R$ 3,06, primeira estimativa acima de R$ 3 de 2015.
As projeções para inflação também pioraram, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) revisado de 7,77%, estimado na semana passada, para 7,93%. A taxa básica de juros do país (Selic) deve terminar o ano em 13%, segundo os analistas, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) deve terminar 2015 com queda de 0,78%, pior retração desde 1990, quando a economia brasileira encolheu 4,35%.
De acordo com a AGR, caso o dólar ultrapasse a faixa de R$ 3,25 a R$ 3,30, ele pode atingir a banda de R$ 3,40 a R$ 3,45.