Apesar de notícias no final do pregão apontando um possível acordo entre Grécia e credores, o dólar comercial encerrou com alta de 1,33% a R$ 3,1840 para venda, mantendo a cautela em relação à Grécia e no aguardo da ata do Fed, o banco central dos Estados Unidos, nesta quarta, dia 8. A cotação é a mais alta desde o dia 29 de maio.
– Em cerca de 15 minutos o dólar devolveu parte da alta em cerca de dois centavos, mas como é um mercado de proteção e as notícias de um possível acordo vieram mais no final do dia, o impacto foi limitado – diz Flávio Serrano, economista-sênior do Banco Espírito Santo de Investimento (Besi).
Para Ricardo Gomes da Silva, operador da Correparti Corretora, a cautela também manteve o dólar em alta.
– A aversão ao risco tomou conta dos mercados pela ausência de fatos novos na proposta apresentada pela Grécia. Suposições de que a China poderá enfrentar dificuldades para lidar com uma bolha no mercado acionário também contribuiu para o ambiente hostil – avalia Silva.
Para quarta, a Grécia volta a ficar no radar dos investidores, lado a lado com a divulgação da ata do Fed, prevista para às 15h.
Bovespa
A expectativa de que a Grécia costure acordo de curto prazo com credores para evitar a saída da zona do euro animou o mercado perto do fim da sessão, levando o Ibovespa a encerrar com alta de 0,37%, a 52.343 pontos. O principal índice da Bolsa passou a maior parte do dia em
queda diante do cenário conturbado na Grécia e na China, além das questões políticas no Brasil.
– Os investidores estão esperançosos com a proposta oficial que os gregos apresentarão amanhã, já que hoje não houve avanço nas negociações com o eurogrupo – disse o analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira.
O acordo pode sair até domingo e a previsão é de que o governo consiga, depois, garantir financiamento pelo prazo de dois a três anos.
A situação complicada do governo de Atenas somada às preocupações com as bolsas chinesas, cuja parte das ações registrou queda expressiva e ficou com as negociações suspensas, colaboraram para que o Ibovespa atingisse a mínima de 51.129 pontos durante o pregão.
– Os preços das commodities também foram prejudicados, levando as ações de empresas como Vale, Petrobras e siderúrgicas a operar em queda – disse o analista independente do blog WhatsCall, Pedro Galdi.
Commodities
Em Chicago (EUA), a soja teve queda de quase 3% e o mercado reagiu às informações de estabilidade nas condições das lavouras norte-americanas consideradas boas ou excelentes. Aqui no Brasil, puxada pelo dólar, a soja em Paranaguá teve comercialização a R$ 73,00 a saca para o contrato de fevereiro de 2016.