Dólar mantém trajetória de alta nesta sexta

Projeção para demanda internacional de petróleo é principal influênciaO dólar opera em alta nesta sexta, dia 12, permanecendo nos maiores patamares vistos em cinco anos, puxado principalmente pela revisão para baixo da perspectiva da demanda internacional de petróleo, o que está beneficiando os preços das commodities agrícolas. 

Por volta das 13h40min, o dólar comercial operava com alta de 0,63%, cotado a R$ 2,6628 na compra e a R$ 2,6643 na venda. O preço da soja no Paraná subia 0,14%, a R$ 59,25 a saca de 60 quilos, enquanto o milho avançava 1,10%, a R$ 23,00 a saca.

Nesta manhã, a Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu a previsão  da demanda mundial por petróleo e ajudou a prolongar as perdas na cotação da commodity. A agência cortou em 230 mil barris por dia (bpd) a projeção de  crescimento da demanda mundial por petróleo em 2015. Segundo as novas estimativas, a demanda deve crescer em 900 mil bpd, para um total de 93,3 milhões de bpd, ante os 92,4 milhões de bpd de 2014.

Para o analista de mercado Liones Severo, esta situação beneficia os produtores de commodities agrícolas, porque os países na abandonarão as compras de alimentos, especialmente os países asiáticos.

– Temos um mercado asiático muito melhor posicionado para a compra de alimentos – pontuou.

Banco Central

Internamente, o dólar também é influenciado pelas expectativas em relação à economia no próximo ano, embora em menor grau. Ontem, o mercado reagiu negativamente à divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ocorrida entre 2 e 3 de dezembro.

Na ocasião, o colegiado avaliou que a inflação deve permanecer alta em 2015, para apenas começar a desacelerar em direção à meta em 2016. A fala de ontem do presidente do BC, Alexandre Tombini, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, não ajudou a conter o pessimismo criado pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), também divulgada ontem. Na ocasião, ele afirmou que a autoridade monetária “fará o que for necessário para viabilizar um cenário de inflação mais benigno”.

Para lidar com a alta da moeda norte-americana, que registra valorização desde quarta, dia 10, o Banco Central (BC) realizará hoje dois leilões de venda de dólar com compromisso de recompra, conhecido como leilões de linha, de até US$ 2 bilhões. O primeiro leilão acontece das 14h40 às 14h45 e o segundo das 15h às 15h05.

Pela manhã, o BC vendeu os quatro mil contratos ofertados na operação de swap cambial realizada hoje, entre 9h30 e 9h40, correspondendo a um volume financeiro de US$ 197,9 milhões. 

Para o restante do dia, a expectativa é de que o dólar mantenha o patamar atual. Segundo o economista-sênior Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano, dificilmente a moeda norte-americana encerrará o dia com valorização superior a 1%, como visto ontem. Ele afirma que “existe incerteza sobre como o dia será, principalmente com final de semana chegando”.

– Ninguém vai arriscar hoje – estima Serrano.