De acordo com o relatório Focus do Banco Central, os bancos e corretoras que mais acertaram a projeção do dólar nos últimos seis meses estimam que o câmbio encerrará o ano cotado a R$ 5,40.
O Sicredi, banco cujas previsões mais se aproximaram das cotações atingidas posteriormente, estima que a moeda norte-americana possa chegar em R$ 4,85 ao fim de 2020. Segundo o economista-chefe do banco, Pedro Ramos, a queda nas cotações aconteceu de forma mais rápida do que era esperado pelo mercado.
“Vimos principalmente medidas de liquidez dados pelos bancos centrais de outros países, principalmente o Banco Central dos Estados Unidos que injetou cerca de US$ 3 trilhões em apenas dois meses na economia mundial e isso acabou irrigando o sistema financeiro e na medida que os dados econômicos foram aparecendo um pouco mais otimista do que era esperado em relação ao coronavírus, o mercado rapidamente se adiantou e os ativos de maiores riscos que inclui moedas de países emergente acabaram se valorizando durante esse processo”, explica ele.
“Mas esse processo de valorização do câmbio tende a ter uma certa limitação. Lembrando que hoje o Brasil tem juros extremamente baixos se comparado aos seus pares emergentes, hoje estamos falando de uma taxa de juros de 2,25% no próximo mês na economia brasileira e a gente também tem um quadro de uma recuperação de crescimento baixo”, afirma o especialista.