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Dólar recua mais de 1%

Medidas do governo e dados da China pressionam cotaçãoO dólar opera com queda superior a 1% nessa terça, dia 20, com os investidores reagindo positivamente às medidas de ajustes fiscais anunciadas pelo governo ontem, dia 19, junto com bons dados vindos da China, que ofuscaram as revisões negativas feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em suas previsões para a economia global. 

Por volta das 11h59min, a moeda norte-americana caia 1,34%, cotada a R$ 2,6188 para compra e R$ 2,6203 para venda.

– Estamos vendo nessas duas últimas esse comportamento [fala do governo afetando o câmbio]. Com o ajuste fiscal se tornando cada vez mais crível, o risco Brasil diminui e o câmbio acaba se valorizando – afirma o economista da Guide Investimentos, Ignácio Crespo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou ontem em Brasília o retorno das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) e alteração da cobrança do Programa de Integração Social (PIS) sobre os combustíveis. 

A medida faz parte de um pacote de ajustes fiscais que inclui o estabelecimento da alíquota sobre operações de crédito, que passou de 1,5% para 3%, a equiparação do efeito de incidência do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) no setor de cosmético entre atacadistas e setor industrial, e o reajuste do PIS/Cofins sobre a importação, que foi de 9,25% para 11,75%. Deste último excluiu-se da base de cálculo do imposto o ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) que incide sobre importação.

Segundo Levy, as medidas de ajustes estão sendo tomadas aos poucos para gerar “o menor sacrifício possível”. A estimativa é arrecadar R$ 20 bilhões ainda este ano, afirmou.

Começa hoje, em Brasília, a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) para definir as diretrizes para a política monetária nesse começo de ano. Como há consenso entre os economistas que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em 0,50 ponto percentual (pp), para 12,25% ao ano, o encontro está tendo pouco efeito no andamento do câmbio. O anúncio está marcado para amanhã.

No cenário internacional, a Agência Nacional de Estatísticas da China informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 7,4% em 2014, abaixo da meta de 7,5% do governo e no ritmo mais lento em 24 anos. Apesar da desaceleração, o crescimento veio acima do esperado pelo mercado, diminuindo as preocupações de desaceleração súbita da economia.

Os dados chineses, combinados com as expectativas do mercado de que o Banco Central Europeu (BCE) aprovará na quinta, dia 22, medidas de estímulo monetário para combater a deflação e a fraca atividade na zona do euro, ofuscaram o relatório do FMI que revisa para baixo as perspectivas de crescimento do mundo em 2015 e 2016.

O Fundo piorou seu cenário para a economia global, prevendo expansão de 3,5% e 3,7% em 2015 e 2016, respectivamente. Em ambos os casos, as contas foram reduzidas em 0,3 pp.

– As revisões para o crescimento mundial foram ofuscados por dados da China e expectativa em relação ao BCE. Tinha tudo para aumentar aversão a risco, algo que vimos na semana passado com o Banco Mundial, mas esses dois eventos ofuscaram esses dados. O cenário externo não está respondendo ao FMI – diz Crespo.

Petróleo

Os dados mistos vindos da economia internacional, no caso, o crescimento melhor que o esperado da China em 2014 e a revisão negativa das projeções do FMI para 2015 e 2016 estão levando as cotações dos contratos futuros do petróleo a operarem em campos opostos.

Em Londres, o Brent para março recuava 0,16%, a US$ 48,76 o barril. O WTI para fevereiro, negociado em Nova York, avançava 1,90%, a US$ 47,20 o barril, depois de não operar ontem por conta de feriado. 

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