Dólar recua pelo segundo dia seguido

Real acompanha movimento visto em outras moedas emergentes e de países exportadores de commoditiesO dólar registra mais um dia de queda, com o real acompanhando outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, que estão se valorizando ante a divisa norte-americana. 

Por volta das 11h49min, o dólar recuava 0,59%, cotado a R$ 2,5975 para compra e R$ 2,5995 para venda.

Segundo o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, a cotação do dólar está sendo influenciada pelo fluxo de capital vindo do mercado internacional, que aproveita os sinais dos principais bancos centrais de que não enxugarão o excesso de liquidez no curto prazo.

– Existe uma expectativa no mercado de que o excesso de liquidez dure mais um tempo. Os banco centrais estão sendo impedidos pela queda no preço do petróleo – diz.

Amanhã, o comitê de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) se reunirá para o seu primeiro encontro em 2015, e a expectativa é de que ele aprove um programa de compras de ativos soberanos, que deve injetar mais liquidez no mercado para combater os riscos de deflação e estagnação da zona do euro.

Leal afirma também que os ajustes fiscais sendo promovidos pelo governo estão dando mais confiança aos investidores, que estão mais dispostos a alocar recursos em ativos arriscados.

Para o restante do dia, ele acredita que o dólar continuará influenciado pelo que ocorre no exterior.

– Vai depender do que acontecer lá fora, porque o que está puxando o real [para cima] é o setor externo. Tem que ver se isso se sustenta, mas é bem factível que vejamos a apreciação do real pelo segundo dia seguido – afirma. 

Hoje à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga as diretrizes para a política monetária nesse começo de ano. A maioria dos economistas acredita que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em 0,50 ponto percentual (pp), para 12,25% ao ano.

Petróleo

As expectativas em relação ao BCE, combinadas com informações de que produtores dos Estados Unidos estão revendo investimentos, estão levando as cotações dos contratos futuros do petróleo a subirem.

Em Londres, o Brent para março subia 1,98%, a US$ 48,96 o barril. O WTI para fevereiro, da bolsa de Nova York, ainda não está sendo negociado. Ele fechou ontem com queda de 5,26%, a US$ 46,13 o barril.