O dólar comercial encerrou o pregão desta sexta, dia 28, em alta, depois de recuar por dois pregões consecutivos, diante dos dados sobre a economia brasileira no segundo trimestre e a piora das contas públicas, além de notícias sobre a taxa de juros dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana encerrou com expansão de 0,91%, cotada a R$ 3,5833 para compra e R$ 3,5853 para venda. No acumulado da semana, porém, o dólar fechou com alta de 2,55%.
Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 1,9% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro trimestre, a maior queda do tipo desde o quarto trimestre de 2008.
O resultado veio pior que o esperado pelo mercado e demonstrou que o país está em “recessão técnica”, quando a economia apresenta retração por dois trimestres seguidos.
A situação também levou o setor público a registrar um déficit primário recorde para julho, de R$ 10 bilhões. Em 12 meses, o saldo negativo atingiu R$ 51 bilhões, o equivalente a 0,89% do PIB. Os dados são do Banco Central.
– Os dados fiscais e o próprio PIB piores que o esperado mostrando uma deterioração da economia num ritmo mais forte que o imaginado. Essa combinação mostra que o governo não está conseguindo estabilizar a relação dívida bruta sobre PIB e que deve encontrar mais dificuldades de arrecadação com a economia fraca – diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.
O câmbio também influenciado por declarações do vice-presidente do banco central dos Estados Unidos (FED) de que a instituição não pode esperar que todos os membros do colegiado que decide sobre a política monetária aprovem a alta do juros para que o ajuste comece.