Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 700 milhões de dólares.
Os investidores continuavam demonstrando preocupação com a deterioração dos fundamentos macroeconômicos do país, que ofuscava os fatores de alívio nos mercados externos e a menor apreensão com o ajuste fiscal no Brasil.
– Passou a época do dólar barato – disse o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, para quem o câmbio deve continuar pressionado no curto prazo.
Pela manhã, o avanço da moeda norte-americana foi limitado pela expectativa de maior liquidez nos mercados globais devido ao programa de compra de títulos do BCE e da queda dos juros da China.
Investidores também mostravam menor apreensão com a possibilidade de o ajuste fiscal não ser tão forte quanto o prometido pela equipe econômica, após números positivos sobre as contas públicas e a adoção de uma série de medidas fiscais na semana passada.
Mesmo assim, o quadro de inflação alta e contração econômica ainda deixava investidores com uma postura defensiva.
– Qualquer susto faz estrago – disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Agora, agentes financeiros aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), após o fechamento dos mercados na quarta, dia 4, e o relatório de emprego do governo dos EUA, na sexta, dia 6, para fazer apostas mais expressivas.
Ibovespa
A bolsa paulista começou março no vermelho, após acumular alta de quase 10% em fevereiro. A queda das ações da Vale e de bancos privados guiou o recuo do Ibovespa nesta segunda, em meio a movimentos de realização de lucros.
O Ibovespa terminou em baixa de 1,09%, a 51.020 pontos. O volume financeiro voltou a ficar abaixo da média do ano de cerca de R$ 7 bilhões, totalizando R$ 5,2 bilhões.
As ações de Itaú Unibanco e Bradesco recuaram 0,44% e 1,36%, respectivamente, pesando no índice em razão da forte participação, apesar da avaliação positiva nas carteiras recomendadas de março para o setor financeiro.
Petrobras também pesou, com as ações preferenciais caindo 1,78%, em sessão de queda expressiva do preço do petróleo Brent e corte de estimativas para a estatal pelo Goldman Sachs, embora tenha mantido avaliação “neutra” para a empresa.
O setor elétrico também figurou entre as pressões negativas, com Eletrobras à frente, terminando em baixa de 7,07%, enquanto o mercado segue atento ao noticiário sobre chuvas e ajustes nas tarifas.