A moeda norte-americana subiu 1,37% por cento, a R$ 1,6121 na venda, chegando a bater R$ 2,6180 na máxima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,6 bilhão.
– Está claro que a economia dos Estados Unidos vai ter que parecer muito pior para que o Fed decida adiar a alta dos juros – disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Ao fim da primeira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do ano, o Fed informou na véspera em comunicado que a economia dos EUA está se expandindo em “ritmo sólido”, com fortes ganhos do emprego.
O documento levou parte dos agentes financeiros a reforçar a aposta de que a alta dos juros norte-americanos provavelmente virá neste ano. Nas últimas semanas, vinha ganhando corpo nos mercados a expectativa de que isso poderia acontecer mais tarde, embora economistas não acreditassem nesse cenário e vissem o aumento em meados deste ano.
A alta dos juros na maior economia do mundo deve atrair para os EUA recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, impactando o câmbio. Por isso, a divisa norte-americana se fortalecia contra as principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
No Brasil, o dólar voltou a superar o patamar de R$ 2,60, após romper esse nível de suporte na semana passada. As medidas de rigor fiscal adotadas pelo governo brasileiro e expectativas de liquidez abundante nos mercados globais graças aos estímulos monetários na zona do euro contribuíram para reduzir as cotações do dólar.
– Dá para imaginar o dólar girando em torno de R$ 2,60. Os fundamentos não sustentam uma queda muito maior do que isso – disse o operador de câmbio de um importante banco internacional.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias vendendo a oferta total de até dois mil swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares. Foram vendidos 200 contratos para 1º de setembro e 1.800 para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,4 milhões.
O BC fez ainda aquele que deve ser o último dos leilões de rolagem dos swaps que vencem em dois de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Com isso, a autoridade monetária rolou cerca de 94% do lote total, dando continuidade à tendência dos últimos quatro meses de fazer rolagens praticamente integrais.
Segundo analistas, a expectativa é que o BC continue dosando a volatilidade no mercado brasileiro de câmbio por meio das rolagens de swap cambial. O próximo lote de swaps vence em dois de março e equivale a US$ 10,438 bilhões.
– O mercado está mais tranquilo, então o BC pode esperar um pouco para anunciar a rolagem e decidir a oferta – disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.
Bovespa
A bolsa brasileira fechou estável nesta quinta, após um pregão bastante volátil, com a alta da Ambev, Cielo e algumas ações do setor elétrico compensando a queda das blue chips Petrobras e Vale.
A Petrobras fechou em queda de 3%, após recuar 7% durante o pregão e na esteira da queda de mais de 10% na véspera. Investidores continuam preocupados com o tamanho de uma baixa contábil que não foi incluída no balanço do terceiro trimestre divulgado pela empresa.
O Ibovespa fechou com variação positiva de 0,14%, a 47.762 pontos. O giro financeiro foi de 6,6 bilhões de reais.