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Dólar sobe novamente e fecha a R$ 3,70

A alta ocorre após o Banco Central interromper uma sequência de quedas na taxa básica de juros

Fonte: Agência Brasil/Divulgação

O dólar comercial fechou a negociação com alta de 0,62%, cotado a R$ 3,6980 para a compra e a R$ 3,7000 para a venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,6490 e a máxima de R$ 3,7120.

A alta ocorre após o Banco Central interromper uma sequência de quedas na taxa básica de juros, mantendo o valor em 6,5% ao ano.

A decisão interrompeu um ciclo de 12 quedas consecutivas e foi tomada por unanimidade entre os integrantes do Conselho. A taxa Selic, no entanto, permanece no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, há 32 anos.

Analistas financeiros e o próprio BC sinalizavam que poderia haver ainda mais um corte na taxa, de 0,25%, antes da interrupção da queda, mas o cenário externo mais volátil influenciou a decisão do Copom de não reduzir os juros dessa vez.

Alta não preocupa o governo

A alta do dólar, por enquanto, não preocupa por ser um movimento de curto prazo, avaliou o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Facundo de Almeida Junior, hoje (16), após participar de reunião da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

“O Banco Central tem instrumentos para lidar com isso. Por enquanto, não preocupa. É bem diferente de 2002 e de outros anos. Naquela época, tinha o problema da dívida pública. Não é caso agora”, disse.

Mansueto de Almeida lembrou que, em 2002, com a alta dólar, a dívida líquida do setor público disparou porque o país tinha nível baixo de reservas. Agora, argumentou, o país é credor líquido em moeda estrangeira, ou seja, tem mais ativos do que dívidas no exterior. A dívida pública cai quando há alta do dólar, porque as reservas internacionais, o principal ativo do país, são feitas de moeda estrangeira.

“Quando o dólar sobe, a dívida líquida cai, porque o Brasil hoje é credor líquido em dólar. É bem diferente de 2002, quando disparou o dólar. A dívida líquida disparou porque Brasil era devedor líquido em dólar e tinha um nível de reserva baixo”, afirmou.

Segundo Mansueto, o dólar está se valorizando em relação a várias moedas de países emergentes e ao euro. “Essa coisa de volatilidade é muito de curto prazo, muito de atuação de mercado”, disse. Um fato adicional, acrescentou o secretário, é que o déficit em conta-corrente é “muito pequeno”, abaixo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. “É um resultado muito menor do que entra de dinheiro como investimento externo”, destacou.

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