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Dólar sobe quase 1%, vai a R$ 2,71 e fecha na máxima em mais de um mês

Declarações de Levy levaram investidores a desmontaram posições vendidasO dólar subiu quase 1% e fechou a R$ 2,71 nesta segunda, dia 2, maior patamar em mais de um mês, dando continuidade ao avanço de quase 3% visto na sessão passada com investidores testando novas máximas.

A moeda norte-americana subiu 0,96%, a R$ 2,7152 na venda, maior patamar desde 16 de dezembro passado (2,7355 reais), quando explodiu a crise do rublo russo. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,3 bilhão.

Na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi negociada a R$ 2,7187. Na sexta, dia 31, a divisa havia encerrado com o maior avanço desde setembro de 2011.

– Ninguém sabia se o dólar ia continuar em alta depois de um avanço tão forte (na sexta-feira). Ao ver que o mercado continuou estressado hoje, todo mundo que estava vendido desmontou essas posições – explicou o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros. 

Desde o início do ano, o dólar vinha recuando firmemente em relação ao real, reagindo ao maior rigor fiscal no Brasil e à perspectiva de liquidez abundante no mundo. Segundo operadores, isso levou alguns investidores a apostarem em mais quedas.

Mas, na sexta, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sugeriu que não há intenção do governo de manter o real valorizado artificialmente. O mercado entendeu a fala como um sinal de que a atuação do BC no câmbio poderia diminuir no curto prazo, reduzindo a oferta de dólares no mercado.

Na avaliação do economista da 4Cast Pedro Tuesta, se o BC de fato reduzir sua presença no mercado, a tendência é que o dólar suba ainda mais. 

– Se o BC fizer rolagens de 80% (de cada lote de swaps) ou menos, poderíamos facilmente imaginar o dólar a 2,80 ou 2,85 reais – afirmou.

Mais tarde, no mesmo dia, a assessoria de imprensa do ministro procurou a imprensa para afirmar que a declaração se referia ao câmbio no mundo, mas isso não foi suficiente para mitigar de forma significativa a alta do dólar. A moeda norte-americana chegou a corrigir parte do avanço nesta manhã, mas logo voltou a subir.

Isso levou investidores a desmontar posições vendidas, intensificando o movimento, mesmo após o BC sinalizar, depois do fechamento dos negócios na sexta, a rolagem integral dos swaps cambiais que vencem em março.

A autoridade monetária anunciou para esta manhã a oferta de até 13 mil swaps para o início da rolagem dos swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares, que vencem em dois de março. E vendeu a oferta total, rolando cerca de 6% do lote total.

Se mantiver esse ritmo, vender sempre a oferta integral e não fizer leilão de rolagem no último pregão do mês, como vem acontecendo nos últimos meses, o BC rolará quase 100% do lote total, que corresponde a US$ 10,438 bilhões.

– É um alívio marginal. Com o mercado estressado da semana passada, é bom saber que o BC vai continuar fornecendo bastante liquidez agora no começo do mês – disse o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos nacional.

Pela manhã, o BC também deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até dois mil swaps com volume equivalente a US$ 98,1 milhões. Foram vendidos 500 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.500 para 1º de fevereiro de 2016.

Bovespa

A Bovespa fechou o primeiro pregão de fevereiro no azul, guiada pela recuperação das ações da Petrobras e avanço nos papéis da Vale. 

Ações do setor elétrico ficaram entre as maiores altas do dia, na véspera de reunião da Aneel que deve votar os parâmetros do próximo ciclo de revisão tarifária e o orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

O Ibovespa subiu 1,58%, a 47.651 pontos. 

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