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El Niño em 2023? Veja quais são as chances de o fenômeno ocorrer

La Niña ainda predomina durante o terceiro verão consecutivo, mas entra em fase de enfraquecimento até o fim da estação

O fenômeno La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial, continua em vigência pelo terceiro verão consecutivo. Neste último mês, as temperaturas superficiais dessa porção do oceano apresentam desvios próximos de -1 °C.

Se comparadas ao mês anterior, as anomalias negativas enfraqueceram. Ou seja, nas últimas semanas observa-se que as águas do Oceano Pacífico Equatorial vêm se aquecendo gradualmente.

É consenso entre o Instituto de Pesquisas Internacionais da Universidade da Columbia (IRI) e o Centro de Previsões e Clima da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (CPC/NOAA) a previsão de que o La Niña vai continuar durante o verão 2022/2023.

A análise mostra chances iguais (50%) para ocorrência de neutralidade ou La Niña de janeiro a março de 2023. Ou seja, esse tende ser o período que ocorrerá a transição para a fase neutra.

Depois disso, as probabilidades passam a ser maiores para atuação de uma neutralidade climática durante a maior parte do primeiro semestre do próximo ano. Entre fevereiro e abril de 2023, há 71% de probabilidade de neutralidade.

Probabilidade de ocorrência de El Niño em 2023

As previsões mais estendidas vêm indicando um aumento da probabilidade para ocorrência de El Niño a partir da metade de 2023.

“Ainda é muito cedo para afirmarmos essa mudança de sinal, pois a longo prazo os modelos ainda podem apresentar mudanças nas projeções. Mas vamos continuar acompanhando as próximas atualizações e traremos o acompanhamento de um possível El Niño para o segundo semestre de 2023 nos próximos boletins”, afirma Nadiara Pereira, meteorologista da Climatempo.

Janeiro de 2023 ainda será de dificuldade de umidade no Rio Grande do Sul, assim como na Argentina e no Uruguai, com irregularidade na distribuição das chuvas e muito calor, o que deve afetar a produtividade da safra verão.

Enquanto as chuvas devem aumentar no Centro-Sul, os volumes tendem a ser reduzidos em áreas mais ao norte do Sudeste, em Goiás e no Matopiba. Essas regiões devem viver uma situação oposta ao início da safra, com falta de umidade na fase final de desenvolvimento das lavouras, entre janeiro e fevereiro.

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