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Mercado e Cia

Embargos à carne suína da Alemanha no mundo podem favorecer Brasil

China, Japão e Coreia do Sul, além de Brasil e Argentina, já suspenderam as compras de proteína alemã como medida preventiva contra peste suína africana

O Ministério da Agricultura confirmou nesta segunda-feira, 14, em primeira mão ao Canal Rural, que suspendeu as importações de carne suína in natura e semi-processada da Alemanha, após o país confirmar na quinta-feira, 10, um caso de peste suína africana em um javali selvagem.

“Por enquanto, os produtos de risco não serão mais importados para o Brasil”, disse o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal. Ele afirmou que o governo brasileiro pediu mais detalhes às autoridades sanitárias do país europeu. “Eles vão ter que explicar como está a biossegurança das unidades industriais, para que a gente possa avaliar a retirada da suspensão”, disse.

Leal destaca que trata-se de uma medida preventiva, visando proteger a condição sanitária do Brasil, que é livre de peste suína africana, e do continente. “A parte da genética é muito bem controlada, há uma situação quarentenária. Os produtos para consumo, quando tem risco, como agora, são suspensos. E há a preocupação da vigilância agropecuária contra o ingresso de resíduos de bordo em aeronaves”, contou.

China, Japão, Coreia do Sul e Argentina também já anunciaram embargos à proteína alemã. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, isso trará consequência para o mercado internacional de carne suína. “ Alemanha era um dos grandes exportadores para a China, com 14% do market share daquele mercado. Os demais exportadores serão chamados a compensar a venda de imediatas desse país”, afirmou.

O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, afirma que o Brasil vem ganhando cada vez mais espaço no cenário global, com problemas sanitários em outros países. “Estamos preparado. O nosso modelo de integração, seja nas cooperativas ou nas indústrias, faz com que consigamos nos adaptar muito rapidamente para atender as exigências desses novos mercados. Acredito que vai melhorar cada vez mais as exportações e a renda dos produtores”, disse.

A visão do setor é corroborada pelo analista de mercado Yago Travagini, da Agrifatto. “Sem a Alemanha no mercado, provavelmente os preços que já estavam pressionados sustentados pelos próximos cinco meses, até a situação [na Alemanha] se regularizar”, diz.

Segundo Travagini, o mercado internacional já vem precificando a notícia de quinta-feira, quando foi notificado o fato, que pode agravar a crise de proteína animal na China. “Já vimos, nos Estados Unidos, as cotações baterem o limite de alta duas vezes seguidas”, contou.

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