Nesta última quarta-feira os preços da soja no Brasil chegaram a subir R$ 4 por saca em algumas praças. E a razão mais uma vez foi uma forte elevação do dólar. O analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Gutierrez, explica que os recentes casos de reincidência do coronavírus pelo mundo deixaram o mercado apreensivo. Além disso, também fez uma projeção para os preços, confira!
Depois de atingir a máxima de R$ 5,32, na última quarta-feira, 24, o dólar voltou a patamares mais baixos. Só na última quarta-feira, 24, a moeda norte-americana subiu mais de 3,33%. A preocupação com a nova onda de infecção pelo coronavírus, deixa o mercado em alerta. Junta-se a isso a ameaça do presidente dos Estados Unidos em impor novas tarifas a produtos da União Européia e a nova estimativa do Fundo Monetário Internacional sobre a piora da economia global, completaram o cenário.
Foi justamente essa forte alta no dólar que influenciou na elevação dos preços da soja no Brasil, que na última quarta-feira subiram até R$ 4 por saca em algumas praças, segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado. Em Dourados (MS), por exemplo a cotação passou de R$ 99 por saca, para 103 por saca.
Nos portos a saca já é comercializada bem acima dos R$ 110 por saca, como em Paranaguá que chegou a R$ 113 por saca e em Rio Grande que também chegou a R$ 113 por saca.
Segundo o analista da consultoria Luiz Fernando Gutierrez, os preços no país ainda respondem rápido as movimentações cambiais. “Essas altas do dólar fizeram com que os preços da saca, na semana passada superassem os recordes de maio, por exemplo. Nesta semana o mercado começou mais tranquilo, com quedas no câmbio, mas na quarta o dólar subiu bastante e puxou a alta dos preços”, diz Gutierrez para o Mercado & Companhia.
O analista confirma que os novos casos de coronavírus pelo mundo, incluindo as reincidências foi um dos fatores principais para essa elevação. “A tendência daqui para a frente é difícil dizer, pois prever câmbio é muito complicado. De fato a moeda norte-americana deve continuar oscilando, refletindo os fatores de preocupação pelo mundo e no Brasil. Como cenários para os próximos meses é nebuloso, essa incerteza traz o suporte para o câmbio, que deve seguir acima dos R$ 5 neste ano.