O ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, pediu demissão nesta segunda-feira, 29, segundo jornais que cobrem os bastidores de Brasília.
Ernesto teria apresentado o pedido de demissão ao presidente da República no início do dia. A decisão ainda não foi oficializada.
Segundo Alexandre Garcia, que esteve com Ernesto Araújo na sexta, o que houve foi consequência de uma grande pressão. “Eu estive com ele na sexta-feira e ele já havia passado pelo Senado. Lá, a presidente da Comissão de Comércio Exterior do Senado perguntou como ele conseguia continuar no cargo. Havia aquela campanha normal dos jornalistas contra ele, por ele ter cortado todos os auxílios para Cuba, Venezuela e Nicarágua. No entanto, houve um encontro em São Paulo na quinta passada, com cerca de dez empresários, e eles acabaram culpando o chanceler no retardo nas negociações com a China, na questão das vacinas”, falou.
Segundo Garcia, a partir daí, começou a aumentar a pressão sobre o chanceler. “Após isso, o fato dele responder a senadora Kátia Abreu, que foi ministra da agricultura da Dilma, no qual ela teria dito que se houvesse um Senado sobre o 5G, ele viraria o ‘rei do Senado’. Onde ele explicou que dependia do presidente, isso foi interpretado como ataque”.
“Aí veio muita gente do Senado, hoje de manhã, se solidarizando com Kátia Abreu e contra Ernesto. Aí não tem como o presidente segurar. Pela manhã ele, Ernesto, comunicou os secretários e, mais tarde, falou para o presidente Bolsonaro que não desejaria mais ser um peso político para o governo”.
Alexandre Garcia diz que um possível nome para o cargo, agora, é o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Foster.