As medidas de apoio ao setor de etanol continuam travadas em Brasília. O que se tem notícia é de que a redução de PIS/Cofins sobre o biocombustível e aumento do Cide sobre a gasolina aguardam a permissão do presidente da República, Jair Bolsonaro. “Precisamos que saiam esta semana sob pena de notícias tristes a partir da próxima semana”, alerta o diretor-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi.
As usinas de etanol passam por uma grave crise devido à baixa histórica do petróleo, que tornou os combustíveis fósseis mais competitivos. Além disso, a demanda também caiu com as medidas de isolamento social tomada para lidar com a pandemia do novo coronavírus. “Já temos usinas suspendendo as atividades e outras devem seguir por esse caminho”, comenta.
Segundo Gussi, a Cide é um instrumento criado justamente para amortecer impactos graves nos preços dos combustíveis. “E estamos pedindo uma medida em caráter extraordinário, não é para sempre”, afirma.
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Outra medida estudada é a criação de uma linha de financiamento para que as usinas estoquem parte da produção. O Ministério da Economia anunciou esta semana que está negociando com um consórcio de bancos para disponibilizar recursos para as usinas. “Precisamos do financiamento para ter fluxo de caixa”, frisa Gussi.
O dirigente da Unica destaca, ainda, que a crise não afeta apenas a indústrias, mas todo a economia de milhares de cidades que fazem parte da cadeia produtiva do etanol. “Nosso desafio é a compreensão do que isso significa para o Brasil, são 1.200 municípios”, diz. “Nosso grande inimigo agora é o tempo”, finaliza.