Nos Estados Unidos, a JBS é a segunda maior empresa de carnes e viu a produção ser prejudicada em função da presença de Covid-19 entre os funcionários. A situação gerou um desarranjo na cadeia, que viu o preço da carne subir no varejo e sobrar animais para o abate no campo. Mas, ao que tudo indica, o pior já passou e os frigoríficos estão começando a retomar a atividade depois de perderem até 40% da capacidade de produção.
Sobre este assunto, conversamos com o chefe da área de commodities da JBS, Marcos Sampaio, que explica o impacto do novo coronavírus no mercado de carnes nos EUA. “O que vimos foi um mercado muito volátil nos últimos meses. Quando começou a pandemia, achamos que a demanda iria cair muito mas o que o se viu foi a queda no foodservice, mas com uma alta posterior muito grande no varejo, com as pessoas comprando para dentro de casa, o que compensou em parte a perda da demanda”, disse.
No segundo momento, no entanto, o que se viu foi o setor tendo que combater a propagação do vírus para manter os frigoríficos funcionando. “A doença acabou se espalhando, provocando uma redução na capacidade de algumas plantas. Mas os frigoríficos trabalharam de maneira muito eficiente, protegendo seus colaboradores e garantindo a alimentação para a população”, disse Sampaio.
Segundo ele, a preocupação da JBS é manter as fábricas funcionando para garantir o alimento da população, ao mesmo tempo que assegura a saúde dos funcionários. “A gente chegou a perder produção em torno de 40%, mas está normalizando. Agora, estamos em cerca de 80% da capacidade normal e, nos próximos meses, a gente deve ver a capacidade voltando próximo do limite nominal.
A incerteza que movimentou o mercado nos EUA parece estar ficando para trás, e após essa volatilidade nos preços, a tendência é que o mercado ganhe firmeza nas próximas semanas. “Eu acho que não temos mais nenhuma unidade no país parada completamente, apenas plantas rodando com capacidade reduzida, isso porque as empresas foram muito eficientes nesse combate. A JBS, por exemplo, investiu mais de US$ 250 milhões para poder remediar o problema e manter a cadeia funcionando, indo de pagamento extra para funcionários até adequação das fábricas. A gente não poupou dinheiro, vontade nem trabalho para poder colocar essas fábricas para rodar”, completou.