Até a penúltima semana de maio, a exportação brasileira de trigo, de 2,47 milhões de toneladas, superou o volume importado do cereal, de 2,40 milhões de toneladas, de acordo com dados do Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Além disso, em apenas cinco meses, o Brasil, que tradicionalmente é um dos principais importadores mundiais do cereal, exportou mais que o dobro de todo o volume de 2021.
Segundo o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, o dólar valorizado e a guerra entre Rússia e Ucrânia são os principais motivos para o crescimento.
“O que está acontecendo? O produtor está aproveitando o preço. Por causa da crise no Leste Europeu, tem trigo represado na Ucrânia. E o país produz quase 30 milhões de toneladas do cereal. Com o trigo represado, os países precisam buscar outros fornecedores. E muitos estão vindo buscar no Brasil”, explica Ferreira.
De acordo com o diretor de conteúdo do Canal Rural, além da China, muitos países árabes estão comprando o trigo brasileiro. “Arábia Saudita, Marrocos, Sudão e Egito. No ano passado, eles importaram 240 mil toneladas neste período. E neste ano, o volume já ultrapassa 1 milhão de toneladas”, afirma.
Importação
Um dos principais importadores mundiais de trigo, o Brasil deve comprar mais cereal diante deste cenário.
Em média, a indústria brasileira consome 12,5 milhões de toneladas do cereal por ano. Em 2021, por exemplo, o país importou 6,2 milhões de toneladas.
“O Brasil está exportando tanto, que vai precisar importar mais. Para atender a demanda, o Brasil vai precisar importar aproximadamente 8 milhões de toneladas. É um mercado livre, aberto e concorrencial. Vamos exportar muito, mas vamos precisar importar também”.