O bom desempenho das exportações de soja em grão está levando a uma escassez acentuada de matéria-prima para os esmagadores do mercado interno, o que prejudica a produção de farelo e óleo de soja, aponta a Cogo – Inteligência em Agronegócio. O analista Carlos Cogo lembra que muitos agentes estão envolvidos com a oleaginosa, pois o farelo é usado em rações e o óleo é utilizado no biodiesel.
Com a oferta reduzida, os preços do farelo estão em alta, cotados a R$ 2.129 no atacado de São Paulo, segundo a Cogo. Isso representa alta de 15% em 30 dias e de 59% neste ano. E a tendência é de novas altas, com possibilidade de recorde. “Temos uma disputa cada vez mais acirrada entre esmagadores que precisam cumprir contratos e exportadores”, pontua.
Os embarques dos derivados de soja também cresceram, reduzindo a disponibilidade no Brasil. De acordo com a consultoria, o país exportou 30% mais óleo e 6% mais farelo este ano. “Realmente está ficando apertado para quem precisa esmagar e atender o mercado interno”, diz.
Cogo não descarta a possibilidade de faltar óleo ou farelo de soja no Brasil. “Temos como importar do Paraguai ou dos Estados Unidos, ou comprar o derivado pronto. Mas a indústria já dá sinais de que não está conseguindo atender os pedidos contratados. Podemos ter racionamento e até falta do produto em alguns pontos do país”, diz.
O analista recomenda ao pecuarista programa a compra de farelo de soja até, pelo menos, dezembro. “Ou até janeiro, se for possível. No caso do óleo, a mesma coisa para quem precisa. O atraso no plantio pode resultar no atraso da entrada da safra”, pontua.