A terceira safra de feijão carioca está com uma estimativa de quebra de 60% no Nordeste, segundo a consultoria Correpar. O principal motivo continua sendo o tempo seco, que afetou muitas lavouras da região. Apesar desta redução na produção, os preços do produto estão em queda.
O analista de mercado Marcelo Lüders explica que, normalmente, a oferta do produto no Brasil tende a ficar maior em agosto e os compradores, incluindo o varejo, se retiram do mercado para observar até quanto o preço pode cair e, só depois, voltam a comprar. “Nós temos um consumo de aproximadamente 150 mil sacas de feijão por dia e neste momento há uma oferta maior do que este número. Outro ponto é que o mercado está aguardando uma boa safra do feijão carioca em Mato Grosso”.
Do lado da demanda, Lüders ressalta que o consumidor brasileiro tem realizado substituições do feijão carioca por outros produtos, como o feijão preto e o caupi. O consumo do preto, por exemplo, aumentou 30% em algumas regiões e o do caupi em torno de 20%. De acordo com o consultor, essas mudanças alimentares ainda não são a solução para a falta do carioca no mercado, mas já fazem com que os preços não tenham as altas recordes, como meses atrás.
A Correpar acredita que ainda há possibilidades de novas valorizações do feijão carioca até o fim do ano. “Por mais clara que seja a possibilidade de valorização do produto, o agricultor que ainda tem produto em mãos deve ter cuidado na hora de realizar a venda. Se ele tem uma grande quantidade do produto em mãos é ideal que ele escalone a venda, não aconselhamos fazer uma aposta total de feijão. O interessante é realizar pequenas comercializações e fazer um preço médio no futuro” explica Lüders.