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Uso de ferrovias para transporte de grãos ganha espaço no Brasil, diz estudo

O percentual de soja escoada por ferrovias passou de 20,2% em 2010, para 24% em 2019, segundo pesquisa da Esalq e do USDA

A utilização de ferrovias para a movimentação de soja e milho no Brasil cresceu nos últimos anos. Um estudo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), feito em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrou que a dependência do transporte rodoviário de soja caiu de 74,7% em 2010 para 67,4% em 2019. Em contrapartida, a movimentação por ferrovias cresceu de 20,2% para 24% e a movimentação hidroviária quase duplicou no período, passando de 5,1% para 8,6%.

Em relação ao milho, a dependência de movimentação por rodovias foi reduzida de 83,8% em 2010 para 69,2% em 2019. Em termos de diversificação da matriz de transporte, o maior crescimento ocorreu no movimento hidroviário, passando de 1,2% em 2010 para 9,6% em 2019.

Ainda de acordo com o levantamento, a distância média percorrida por um caminhão para transportar soja e milho é de 357 quilômetros, já as ferrovias transportam milho a uma distância média de 1.258 quilômetros, enquanto para a soja são percorridos 1.047 quilômetros.

Na opinião do comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, a melhoria nas condições de infraestrutura traria melhorias para o agronegócio brasileiro. “Quando se fala em uso de ferrovias para o transporte de grãos, você consegue agregar valor a esses produtos, pois você tem um sistema que favorece muito além da exportação do grão de soja, por exemplo”, diz.

Ainda segundo o comentarista, mesmo após a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmar que o investimento em tecnologia e logística é de extrema importância para o agro, ainda é difícil implementar esses conceitos dentro do setor.