O Fórum Econômico Mundial divulgou nesta terça, 19, um relatório com as perspectivas de risco que a pandemia da Covid-19 pode trazer para os próximos 18 meses. Segundo o documento, foram entrevistados 350 profissionais de risco de mercado e 68,6% apontaram uma recessão global prolongada como um dos principais temores.
Entre os entrevistados, 56,8% estão preocupados com a falência de pequenas, médias e grandes empresas. A falha na recuperação de indústria foi apontada por 55,9% dos entrevistados. Ainda foram apontadas como preocupações nos próximos meses o alto índice de desempregos, restrições mais rígidas à circulação de pessoas e bens e interrupção prolongada das cadeias de suprimento globais.
Para o comentarista Miguel Daoud, esse resultado repercute no Brasil e é muito preocupante. “Quando nós olhamos a economia antes do início da pandemia, a gente percebeu que em 2018 foi injetado muito recurso no mercado, taxas de juros baixas e no finalzinho se tentava retomar a economia com taxas de juros mais justa”, disse.
Daoud ainda comentou que não existe uma ação concreta do governo em relação ao agronegócio. “O que me preocupa é que não existe uma visão concreta em relação a isso. A gente viu ajuda do governo, ajuda todo mundo, menos o agronegócio. O agronegócio está ali, vai ter que pagar ainda juros altos, vai ter dificuldades para o futuro, então se não chamarmos atenção da política econômica para que o pós-pandemia tenha o olhar mais atento para a agropecuária, nós vamos sofre mais ainda”, concluiu.