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Frango: setor deve reduzir ritmo de alojamentos para ter preços mais competitivos, diz Itaú BBA

De acordo com o indicador do Cepea, as cotações registram baixa superior a 8%. Alta do milho também pressiona rentabilidade

O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra avanço dos preços do suíno e do boi este ano — 20% e 14%, respectivamente. Porém, as cotações do frango registram recuo de 8,1% no mesmo período. Além disso, a saca de milho está 26% mais cara, o que aperta as margens do avicultor.

Segundo o Itaú BBA, seria saudável para o setor reduzir o ritmo de alojamentos para ajustar a produção à demanda e gerar reequilíbrio das margens dos produtores.

O consultor de Agronegócio do banco, César de Castro Alves, diz que as exportações de frango não seguem em ritmo tão forte quanto os embarques de bovinos e suínos, e isso ajuda a explicar o porquê de os preços não avançarem da mesma forma que os dessas outras proteínas. De acordo com ele, as vendas para a China estão apenas compensando as quedas de embarques para os países árabes.

Sendo assim, o consultor avalia que seria importante ao setor reduzir o ritmo dos alojamentos. “Achamos que está um pouco acelerado o ritmo de produção para fazer frente aos custos. Não que os preços estejam muito diferentes do ano passado. Mas precisaria de uma alta bem maior para fazer frente aos custos, que estão extremamente altos este ano. Seria bem-vinda uma redução da produção para que os preços das aves se fortalecessem”, pontua.

Castro Alves projeta que os preços das aves deveriam ser entre 15% e 20% mais altos para setor ficar bem posicionado e que isso não será possível caso o ritmo de alojamentos não se reduza, como ocorreu entre março e abril deste ano, trazendo melhora nos preços entre o fim de junho e julho.