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Frete balizador em Mato Grosso provoca divergência entre produtores e transportadoras

Para entidades do setor de transportes, medida pretende evitar prejuízos em 2015Empresas de transporte de cargas e entidades ligadas ao setor do Estado de Mato Grosso criaram um “balizador de custos de fretes” que servirá como referência nas negociações das tarifas para a safra de 2015.

De acordo com a Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso (ATC), Sindmat, Sindicam e Fettremat, a medida pretende evitar que em 2015 haja prejuízos no setor de transportes envolvidos com o agronegócio, além de garantir rentabilidade mínima.

Já para o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sergio Mendes, a tabela balizadora de fretes vai ao caminho contrário da livre concorrência, por uniformizar os preços das transportadoras. O dirigente da Anec também afirma que a medida elevará os custos do setor agrícola em 25% e aumenta ainda mais a desvantagem brasileira em termos de transporte.

– Os preços devem subir e a alta deve chegar a 25%. É muito difícil que duas grandes transportadoras trabalhem com o mesmo custo, eu não acredito que essa medida terá muita adesão. Esse tipo de tabela tende a prejudicar o produtor de Mato Grosso, já desfavorecido pelas grandes distâncias até os portos – reforça Sérgio.

O presidente da ATC, Miguel Mendes, explica que balizador consiste em uma tabela onde constam as principais rotas rodoviárias de escoamento da safra agrícola, além de valores de tarifas mínimas de fretes para serem praticadas durante todo o ano.

– O objetivo deste balizador é dar um referencial para o dono do caminhão seja ela empresário ou autônomo, na hora em que for negociar os seus fretes. Esta ação que envolve entidades e transportadores de cargas, não se trata de um Cartel formado para instituir um tabelamento de fretes agrícolas, como já fomos acusados por algumas tradings, mas sim, uma atitude emergencial de sobrevivência de um setor importante da economia, que já não estava mais suportando atuar com tarifas de fretes que não cobriam nem ao menos os custos de manutenção dos caminhões – diz Miguel.

Crise 2014

Em 2014, as projeções de safras recordes atraíram a atenção e aumentaram os investimentos (contratação de empréstimos) de muitas transportadoras, de algumas empresas de outros setores, além dos profissionais autônomos que acabaram ingressando no transporte rodoviário de cargas.

– Isto acabou gerando uma grande oferta de caminhões este ano e contribuindo assim para a drástica redução da tarifa de fretes. Muito caminhão disponível, frete baixo, é essa a regra do setor – ressalta o presidente da ATC.

Miguel Mendes relata ainda que uma série de outros fatores também foram determinantes para o insucesso da manobra de investimento tão expressiva por parte das transportadoras.

– No primeiro semestre tivemos que conviver com um excesso de chuvas fora do normal na época da colheita da soja, isto fez com que os armazéns não ficassem lotados e exigissem a presença de um número maior de caminhões nas lavouras. Quando isto acontecia em safras anteriores, havia uma elevação considerável nas tarifas de frete. Aliado a isso, a nossa produtividade ainda foi reduzida em torno de 40% por causa do cumprimento da Lei dos Caminhoneiros que diminuiu a jornada de trabalho destes profissionais e também por causa das restrições de tráfego de caminhões impostas pela PRF nos feriados prolongados deste ano, durante o Carnaval, Semana Santa e Copa do Mundo – reforça.

Confira a tabela abaixo, com os preços por tonelada:

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