Após pressão dos produtores rurais, o governo da Argentina suspendeu a medida que impede a exportação de milho do país, mas estabeleceu o limite de 30 mil toneladas embarcadas por dia. Mesmo assim, o setor produtivo manteve a greve de comercialização por 72 horas. Desta segunda-feira, 11, até a quarta-feira, 13, parte dos agricultores não vão vender seus produtos.
De acordo com o analista de mercado da Agripac, Pablo Adreani, o limite de 30 mil toneladas não deve prejudicar os exportadores, que poderão cumprir parte dos contratos. “Estou convencido de que a situação não é ruim”, afirma.
Impacto das decisões na Argentina sobre os grãos em Chicago
O analista Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, afirma que o mercado internacional observa com atenção a situação na Argentina, pois o país é um grande exportador de grãos. Ele afirma que a credibilidade argentina vem caindo nos últimos tempos, por conta de medidas econômicas.
O país passou, recentemente, por uma greve de trabalhadores portuários que durou quase 20 dias, travando as exportações. Além disso, o clima também está jogando contra o agronegócio local.
Esses fatores, além da decisão de suspender as exportações, tinha dado fôlego aos contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago. Com a derrubada da decisão e o retorno da Argentina ao mercado internacional, a tendência é que a pressão positiva sobre as cotações nos Estados Unidos perca força, diz o analista da Safras.
Gutierrez acredita, no entanto, que a mudança na Argentina não vá trazer grandes impactos aos preços dos grãos no Brasil, que continua com oferta escassa de soja e milho.