Em abril, foram necessárias mais sacas de milho e soja para adquirir ureia e fosfatados, ou seja a relação de troca piorou para o produtor de grãos, de acordo com estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), divulgado em primeira mão no Canal Rural, nesta quinta-feira, 7.
Em Sorriso (MT), por exemplo, em janeiro eram necessárias 48,9 sacas de milho para adquirir 1 tonelada do insumo. Em abril, foram necessárias 52,5 sacas. “Isso acontece em função da queda de preços do milho observada nos últimos dias”, afirma o pesquisador Mauro Osaki.
No caso da relação de troca entre MAP e soja, passou de 26 sacas por tonelada de fertilizantes para 28 sacas por tonelada do insumo. “Nós temos na região do Egito, do Marrocos, que são fontes do fosfato, uma elevação no preço, o que transmitiu parte dessa elevação para nós aqui do fosfatado”.
De acordo com o especialista, nem mesmo a valorização da soja impediu a perda de poder de compra em abril. “Mas devemos lembrar que boa parte dos produtores já negociaram a compra desses insumos, principalmente no Centro-Oeste”, conta.
Osaki destaca que o mercado se encontra bastante incerto, em um cenário completamente diferente do que se passou em outras crises. “Infelizmente, a região Sul demora um pouco mais para comprar. Mas acredito que as cooperativas também e anteciparam e fizeram reservas para a safra 2020/2021. Não acredito que venha tanta variação de preço para o produtor”, diz.
Agora, segundo ele, a atenção fica sobre o câmbio. Já que o produtor está fechando seus custos com a moeda norte-americana bastante elevada e pode encontrar um cenário diferente no ano que vem.