O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta terça, dia 30, seu relatório de estoques trimestrais e de área plantada para grãos. Soja e milho apresentaram números menores que os esperados pelo mercado. Por volta das 14h, o mercado internacional já estava reagindo ao relatório, e os preços das commodities registraram forte alta, subindo até US$ 0,50 nos contratos futuros. Para a soja, o mercado estimava estoques em 18,48 milhões de toneladas, porém o documento apontou números menores: 17,01 milhões de toneladas estocadas.
Durante o dia, o mercado agrícola internacional reagiu e os preços subiram acima de US$ 10 por bushel em todos os contratos futuros. O milho teve negociações acima de US$ 4 por bushel também em todos os contratos futuros. Na Bolsa de Chicago, os contratos do milho subiram mais de 7% em uma única tarde e os contratos da soja tiveram alta de 5%.
O sócio-diretor da AGR Brasil, Pedro Dejneka, afirma que é preciso ficar “de olho no clima”, pois se as chuvas continuarem nas próximas semanas, os preços devem subir ainda mais. Ele destaca, no entanto, que as situações de alagamento nos Estados Unidos são pontuais.
Os contratos futuros de trigo negociados na Bolsa de Chicago subiram mais de 5%. As cotações ultrapassaram a marca de US$ 6 por bushel, atingindo o patamar mais elevado do ano, segundo o analista de mercado Gabriel Ferreira. Para ele, a alta internacional gera melhor condição de preço para a safra do Brasil.
– O Brasil é tomador de preço, favorece valores de importações. Com isso os moinhos tendem a olhar com mais cuidado para o trigo nacional como opção de baixar custos, já que o dólar está acima de R$ 3,10 – analisa.