Faltando 10 dias para fechar o trimestre, exportações brasileiras do complexo soja e carne bovina já superam o resultado obtido no primeiro trimestre inteiro de 2021.
De acordo com o diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira, o aumento é resultado da guerra e da redução na oferta, especialmente no caso da soja.
“O mundo está se abastecendo de comida, os países temem uma escassez provocada pelo conflito no Leste Europeu”, explica.
“No caso do complexo soja, pesa também a redução na oferta. A safra brasileira, por exemplo, que foi de 130 milhões no ano passado, deve ser de 110 milhões neste ano”, complementa.
Complexo soja
O diretor de conteúdo do Canal Rural destacou o bom momento da oleoginosa e derivados no mercado internacional.
Entre os destaques, o principal foi o óleo de soja. Até o dia 20 de março deste ano, o Brasil embarcou 433 mil toneladas, contra apenas 210 mil t no primeiro trimestre de 2021. “O Brasil deve fechar o trimestre facilmente com 600 mil toneladas embarcadas, um aumento de 100%”, diz Ferreira.
No farelo de soja, o crescimento foi 28% até o momento; e na soja grão de pouco mais 10%. “No caso do farelo, no fim do trimestre, o crescimento será de 35%”, afirma.
Carne bovina
Outro grande destaque do trimestre foi a carne bovina, que se recuperou rapidamente do embargo chinês no último trimestre do ano passado.
Neste ano, a parcial é de 420 mil toneladas até o dia 20 de março, contra 306 mil toneladas no primeiro trimestre 2021.
“De novo, carne é comida. E com um cenário de conflito, os países estão buscando segurança alimentar”.
Balança comercial
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,4 bilhões na terceira semana de março, segundo o Ministério da Economia.
Em relação ao mesmo período do ano passado, as exportações cresceram 36,5% somando US$ 18,7 bilhões. As importações totalizaram US$ 12,5 bilhões, alta de 24,7% fazendo a mesma comparação.
As exportações do setor agropecuário cresceram 41,5% até a terceira semana de março, somando US$ 5 bilhões.
Trigo e centeio não moídos, café não torrado e soja puxaram os embarques do setor no período. Já as importações da agropecuária tiveram alta de 6,7%, totalizando US$ 270 milhões. Com destaque para as vendas de pescado, produtos hortícolas e frutas e nozes não oleaginosas.
No acumulado de 2022, o saldo da balança comercial é de US$ 10,1 bilhões, alta de 43,9% ante o mesmo período de 2021.