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Mercado e Cia

Brandalizze: Com entrada da nova safra, importação de soja deve parar

De acordo com o analista de mercado, a partir de abril de 2021, o movimentos se inverte e os Estados Unidos devem importar soja brasileira

Pela primeira na história, o porto de Paranaguá recebeu uma importação de soja norte-americana: foram adquiridas 30,5 mil toneladas para abastecer a indústria brasileira. De acordo com a diretoria do porto, esse é o maior volume comprado dos Estados Unidos desde 1997.

A operação foi inédita para o terminal, que costuma trabalhar com o grão apenas para exportação. O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, falou sobre a operação.

“O Brasil é um gigante na produção de soja, mas o preço do produto no mercado internacional, aliado às vantagens cambiais, fez com que praticamente toda produção fosse vendida ao exterior e com isso, a necessidade de importar o grão para atender a demanda interna”, diz Garcia.

Segundo a administração do porto, a previsão de duração da operação é de cinco dias, dependendo das condições climáticas. Depois do desembarque, a soja deve ser levada ao interior do país.

Vale lembrar que para atender a demanda do grão no mercado interno, o governo brasileiro suspendeu em outubro as tarifas de importação de soja de países de fora do Mercosul.

Análise

De acordo com Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, essa é uma operação diferente para o Brasil, já que o país não costuma comprar soja, principalmente do mercado norte-americano, por conta da taxação que existe sobre o grão.

“Neste ano, em função da forte alta do óleo de soja no varejo, o governo retirou a Tarifa Externa Comum (TEC) para tentar oferecer uma condição melhor de abastecimento no país”, comenta Brandalizze.

Para o analista, a importação da soja dos Estados Unidos servirá para antecipar os trabalhos de esmagamento das indústrias brasileiras, por conta do leve atraso da nova safra no país.

“Eu acredito que nas próximas semanas dificilmente haverá novos negócios. O mercado vai se concentrar cada vez mais na safra brasileira, porque a partir de janeiro já tem colheita no país. Essa compra de soja estrangeira é algo raro, porque o Brasil é o maior exportador do grão no mundo”, diz o analista.

Segundo Bradalizze, a partir de abril, observaremos um efeito inverso no mercado. “A partir desse período, os norte-americanos comprarão soja brasileira, isso porque eles exportaram o grão de forma acelerada, assim como fizemos na safra passada. Sendo assim, irá faltar soja nos Estados Unidos”, finaliza.

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