Os norte-americanos vão às urnas nesta terça-feira, 3 para decidir pela reeleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump ou eleger seu 46º presidente na história do país, Joe Biden. As últimas pesquisas eleitorais mostram Biden como vencedor popular, mas o candidato à presidência pode perder caso os delegados norte-americanos votem a favor de Trump.
De acordo com Miguel Daoud comentarista do Canal Rural, isso acontece porque desde de 1776, quando foi estabelecida a constituição do país, o modelo de eleição passa não somente por votação popular, como também pelo voto dos delegados de cada estado do país.
“Você tem proporcionalmente o número de delegados para o número de eleitores de cada estado, uma vez que o candidato tem popularmente mais votos em determinado estado, o voto de todos os delegados devem ir para aquele que tiveram mais votos, mas isso não acontece dessa forma. Há 32 estados onde o voto para o vencedor popular é obrigatório, e em outros 16 estados os delegados votam como desejam, independente de obrigatoriedade”, afirma.
No entanto, há estados pêndulos, como são chamados os estados com um número maior de delegados, que podem influenciar na decisão final.
“Não adianta ter a maioria de votos dos delegados em 15 estados e perder na Flórida ou no Texas, porque o número de delegados desses estados se sobressaem em relação aos outros. Porém, tudo indica para uma decisão a favor de Biden, em decorrência das pesquisas feitas junto aos delegados. Essas autoridades não são obrigadas a votar em um candidato majoritário do seu estado e podem mudar de voto, e isso já aconteceu. Esses aspectos levam a essa confusão sobre a incerteza do próximo presidente”, diz Daoud.
Futuro
“Independente de quem vença as eleições, os Estados Unidos saem perdendo”. Segundo o comentarista, o país perdeu força como referência econômica e democrática após o mandato de Donald Trump.
“A gestão de Trump foi um desastre na questão de posicionamentos. O país é uma potência econômica e militar, no entanto, o presidente sempre acusou outros países de interferirem nas eleições. Diante deste cenário, os EUA estão perdendo espaço para outra potência econômica, que em cerca de dez a quinze anos, será o centro de atividade econômica, que é a China”, finaliza Daoud.