A queda na captação de leite no Brasil, motivada pelo aumento dos custos de produção, está levando os preços pagos pelo litro a patamares históricos. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), as indústrias estão pagando até R$ 1,70 pelo produto de maior qualidade, valor recorde.
O presidente da entidade, Jorge Rubez, diz que a média de preços em julho foi de R$ 1,33 e aposta em uma média ainda maior para agosto, de R$ 1,50.
Mas, mesmo com o recorde de preços, a remuneração ainda é comprometida. Rubez afirma que, no primeiro semestre de 2016, os gastos do produtor subiram 60% em relação ao mesmo período do ano passado e aponta a elevação dos preços da soja e do milho como principal responsável.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) , a captação do produto nos seis primeiros meses do ano caiu quase 6,5% na comparação com o mesmo período de 2015. O pesquisador Wagner Yanaguizawa acredita que a baixa remuneração interferiu nos níveis de produção, que devem continuar baixos no segundo semestre de 2016.