Tempo

La Niña deve se estender e durar até o inverno

Diante desse cenário, diminui a chance de chuva regular no Centro-Sul do Brasil entre o fim do outono e meados da primavera

De acordo com as últimas atualizações da Administração Americana de Oceanos e Atmosfera (NOAA), o La Niña, que duraria até o outono, agora pode se estender até o inverno de 2022. Segundo a previsão do tempo, com essa “esticada” do fenômeno, diminui a chance de chuva regular no Centro-Sul do Brasil entre o fim do outono e meados da primavera.

Isso pode trazer impactos no desenvolvimento do milho segunda safra do Paraná e de Mato Grosso do Sul. A curto prazo, a previsão não muda.

A atualização dos modelos do NOAA foi feita no dia 10 de março de 2022 e indicou que o oceano Pacífico equatorial continua mais frio que o normal e que a atmosfera responde como La Niña. A novidade está no Pacífico mais profundo.

Segundo o Agroclima, uma área de água quente, que poderia decretar o término do fenômeno, se desfez nas últimas semanas e, agora, a perspectiva é de que o oceano superficial permaneça frio por mais tempo. A chance de manutenção do fenômeno La Niña para o inverno brasileiro aumentou para 53%.

Desde o trimestre abril-maio-junho de 2020, o oceano Pacífico equatorial está mais frio que o normal com formação de dois fenômenos La Niña nestes quase três anos. O efeito da persistência do Pacifico frio será visto entre o fim do outono e o decorrer do inverno de 2022.

De acordo com as simulações meteorológicas canadenses, a área com anomalia positiva de chuva prevista para o Centro-Sul na atualização do início de janeiro diminuiu consideravelmente na comparação com a última atualização de março. Para o período entre maio e julho de 2022, a primeira atualização indicava chuva acima da média para boa parte da região Sul e algumas áreas do Sudeste e Centro-Oeste com destaque para Minas Gerais e sul de Mato Grosso.

Para os Estados Unidos, é preciso ficar atento também com a continuidade do La Niña. Lembrando que em 2012, mesmo com pequeno aquecimento do Pacífico, a safra quebrou. Com a manutenção da fase fria e com 20% das áreas do meio oeste com seca moderada, será importante ficarmos de olho no próximo verão.