Leite: setembro será o último mês de alta no preço

De acordo com analista, valor do litro deverá subir entre 10% e 15%, enquanto no próximo mês a tendência é de ligeira alta ou de estagnação

Fonte: Divulgação/Pixabay

O preço do leite pago ao produtor subiu, em média, 40% em apenas um ano, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Mas essa alta está com os dias contados, de acordo com o analista de mercado e comentarista do Canal Rural Daniel Dias.

Sua expectativa é de que, nas próximas semanas, o produto ainda passe por altas. Em agosto, o valor do litro, segundo Dias, deverá subir entre 10% e 15%, enquanto em setembro a tendência é de ligeira alta ou até mesmo de estagnação. “As chuvas estão começando e vai haver a recomposição dos pastos. A previsão é que em setembro e outubro a produção de leite comece e aumentar e o preço recue”, afirma.

Para Daniel Dias, os preços do leite de julho do ano passado a janeiro de 2016 estavam praticamente estagnados, devido à política do governo de Dilma Rousseff. Mas, já desde a reeleição da presidente, ocorreram reajustes em áreas que afetam os pecuaristas presidente alguns reajustes aconteceram. “Os custos da energia elétrica, por exemplo, subiram 75% de janeiro a março de 2015. Depois tivemos os repasses dos preços dos combustíveis e, consequentemente, os adubos e óleos para máquinas e equipamentos ficaram mais caros. No geral o produtor de leite perdeu, em termos de custo de produção 44%”, diz.

A diminuição da captação de leite foi a principal consequência desse cenário complicado para o produtor. Dias afirma que, em muitos casos, houve abate de matrizes, sendo mais vantajoso vender o animal para os frigoríficos.

O comentarista ressalta que o produtor deve ficar atento à possibilidade de alta nos custos de produção. “O milho deverá subir muito no último trimestre do ano. Nós tivemos uma redução de 9 milhões de toneladas, se contarmos as duas safras do Brasil. A soja está indo muito bem nos Estados Unidos e já tem influenciado os preços aqui nos portos, que subiram R$ 7. Este é o momento de ser frio e calculista”.