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Mercado e Cia

Logística, clima, impostos e restrições ambientais desafiam agro de MT

O presidente da Famato, Normando Corral, afirma que este ano foi positivo para o produtor rural de Mato Grosso, mas que 2021 tende a ser mais complicado

O ano de 2020 termina com saldo positivo para a agropecuária mato-grossense, resultado de safra volumosa, demanda aquecida e bons preços. A análise é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral.

“Foi um ano bom, embora parte dos produtores tenham vendido antecipadamente e não aproveitado os preços atuais”, pontua. Ele ressalta que os agricultores não tiveram prejuízo, mas deixaram de lucrar mais. “Ninguém imaginava que os produtos fossem chegar a estes patamares”.

Para 2021, de acordo com Normando, a perspectiva não é tão positiva, principalmente por conta dos problemas climáticos. O La Niña afetou o regime de chuvas no estado, que viveu uma seca bastante severa no plantio da soja. Com isso, é provável que a produtividade da soja caia um pouco, além de criar problemas para a segunda safra de milho, que pode ser plantada fora da janela ideal.

“A questão é se o produtor vai produzir tanto quanto o que foi comercializado. Para se ter uma ideia, em algumas regiões, a seca foi mais severa do que em outras. Mesmo em microrregiões, alguns produtores tiveram mais chuvas que outros. Há lavouras desiguais no crescimento, então teremos produções desiguais. Não dá para saber quanto ainda, só esperando a colheita”, diz.

Demanda por grãos

O presidente da Famato afirma que a produção de proteína animal no mundo está a todo vapor. Por isso, a demanda por grãos deve continuar aquecida em 2021. “Temos conseguido dar resposta à necessidade”, diz.

Além de exportar o excedente de milho produzido no estado, Corral diz que a produção de etanol de milho e outros subprodutos já é uma realidade em Mato Grosso. Ele cita a possibilidade de o estado produzir em 2020 mais biocombustível a partir do cereal do que a partir da cana-de-açúcar.

“E tem os chamados subprodutos, que são tão rentáveis quanto, como o DDG que serve para alimentação animal e tem maior valor de proteína. Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do país, o potencial para consumo desse DDG é enorme”, declara.

Desafios de Mato Grosso em 2021

Segundo o presidente da Famato, o maior inimigo da agropecuária mato-grossense, muitas vezes, é o governo, seja o federal, estadual e municipal. “Temos problemas de logística que estão sendo contornados, problemas tributários seríssimos a serem enfrentados e restrições ambientais cada vez mais rigorosasas”, afirma.

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