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Mercado e Cia

‘Mesmo com disparada do dólar, produtor deve travar insumos agora’

Para José Carlos Lima, sócio-diretor da Markestrat Group, moeda norte-americana pode chegar a R$ 6 e esperar mais para comprar fertilizantes e defensivos seria arriscado

Após o dólar atingir o valor máximo de R$ 4,79 nesta segunda-feira, 9, e a Bolsa de Valores de São Paulo acionar o circuit break, ferramenta utilizada para paralisar as negociações após queda de 10% no mercado acionário, o sócio-diretor da Markestrat Group José Carlos Lima aconselha o produtor rural e fazer o travamento da compra de insumos para a próxima safra.

“Nesse momento, o mercado está emocional. O mercado perdeu a racionalidade e o que acontece é um efeito cascata. Diante disso, a orientação é que o produtor rural faça a trava da compra do insumo, o hedge, porque não sabemos até onde vai essa escalada do dólar. Essa alta está atrelada a uma situação de risco do mercado”, comenta. Segundo ele, há a possibilidade de a moeda norte-americana chegar a R$ 5 ou R$ 6.

Esperar ou não para vender soja?

O especialista acredita que o ideal é que o agricultor não espere por preços maiores e venda também parte da soja. “O produtor deve fazer a trava [dos insumos] com o dólar do jeito que está. E na venda [da soja], ele acaba se beneficiando. O ideal é manter o pé no chão”, diz.

Lima relata que no Rio Grande do Sul por exemplo, há produtores que mesmo com preços entre R$ 84 e R$ 86 por saca estão optando por não vender o grão. “O maior risco é o produtor esperar”, afirma.

“Essa situação pode fazer o produtor entrar em um momento de emoção e achar que tudo estará subindo. Mas não há nenhum fundamento para isso, o mercado está totalmente emocional. O problema é você achar que a soja e o dólar vão subir mais”, diz.

Segundo ele, o agricultor que não realizar a trava dos insumos neste momento poderá ficar exposto a um dólar mais alto, a R$ 5,50 por exemplo.

 

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