Entidades agropecuárias da Argentina estudam paralisar a venda de carne bovina a partir desta quinta-feira, 20. A medida é resposta à decisão do governo do país de suspender as exportações da proteína por trinta dias.
Em 2014, o governo argentino taxou os embarques de carnes. Atualmente, tem o tributo sobre as vendas de grãos para fora da Argentina, conhecido como retenciones.
Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, os próximos 30 dias são decisivos para os produtores argentinos, já que o protesto no país pode acontecer. “Vão fazer greve de 15 dias protestando contra essa decisão do governo. Isso realmente deve agravar mais o cenário e vamos ver como é que fica se esses 30 dias serão definitivos ou vão se estender por um período maior”, pontua.
Para conter os efeitos da inflação, Daoud aconselha aos produtores rurais prestarem atenção nos ciclos das commodities. “Há uma inconstância nos preços dos grãos. Percebemos que há investidores que estão em busca de ativos com probabilidade de alta que no caso são as commodities, devido a taxa de juros negativa quase no mundo inteiro e isso acaba levando a uma potencialização do preço”, diz o comentarista.
“Essa inflação aqui no Brasil é a inflação das commodities, inflação de quebra de cadeia de oferta, não é uma inflação de demanda, ou seja, as pessoas não estão com dinheiro no bolso, nós não temos oferta. Além disso, ainda temos uma previsão de alta nos custos da energia então se esse cenário perdurar o governo precisará tomar uma decisão porque as nossas contas públicas está em uma situação difícil, não tem como aumentar juros porque se não mata-se as atividades econômicas, inclusive a agropecuária”, conclui.