O mercado de milho continua com preços estáveis no Brasil, mas, ainda assim, com remunerações acima da média. Nos últimos meses, a compra do cereal de outros países vem ganhando força. É o maior ritmo de importação desde 1989, como noticiou a jornalista Kellen Severo em seu blog. Mas o preço não consegue cair por causa do custo logístico para trazer o grão.
O diretor da SIM Consult, João Birkhan, explica que o milho chega aos portos brasileiros custando, em média, R$ 38 a saca. Somando isso ao custo com frete – cerca de R$ 4 ou R$ 5 por saca –, o produto atinge um patamar igual ou um pouco mais alto do que o preço praticado em algumas praças brasileiras.
“Para 2016, o mercado não tem para onde ir, este é o patamar de preços. Mas o produtor deve ficar atento como a indústria vai se posicionar para 2017. Se as tradings estiverem preparadas, dificilmente teremos uma crise”, avalia Birkhan.
No exterior, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou as operações desta terça-feira, dia 18, com cotações em baixa. Em dia de muita oscilação, o quadro de menor demanda pelo grão dos Estados Unidos pesou sobre os preços.
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Dezembro/16: 3,53 (-0,25 centavos)
Março/17: 3,63 (-0,50 centavos)
Milho no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Rio Grande do Sul: 49,00
Paraná: 39,00
Campinas (SP): 42,00
Mato Grosso: 30,00
Porto de Santos (SP): 34,00
Porto de Paranaguá (PR): 33,00
Soja
O mercado físico brasileiro de soja teve uma terça-feira sem negócios relevantes e com preços fracos, informa a Safras & Mercado. Houve boa oferta e foi verificada uma grande distância de preços entre comprador e vendedor, o que trava as negociações. Com a questão dos prêmios para a indústria, as cotações tendem a cair ainda mais nas próximas semanas.
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira com preços mais baixos. Após operar em alta na maior parte do dia e atingir o maior patamar desde 21 de setembro, o mercado foi impactado pela opção dos negociadores em realizar lucros.
Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Novembro/16: 9,72 (-5,75 centavos)
Janeiro/17: 9,81 (-4,75 centavos)
Soja no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Passo Fundo (RS): 74,00
Cascavel (PR): 74,00
Rondonópolis (MT): 76,50
Dourados (MS): 70,00
Porto de Paranaguá (PR): 77,00
Porto de Rio Grande (RS): 75,00
Café
O mercado físico brasileiro de café teve uma terça movimentada na comercialização. As altas do arábica na Bolsa de Nova York e do robusta, em Londres, garantiram a subida das cotações também no Brasil, levando a um ritmo melhor nos negócios.
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou o dia em alta. As cotações avançaram diante, mais uma vez, da apreensão com a safra brasileira do próximo ano, com a falta de chuvas em importantes regiões em período de floradas.
Café arábica em Nova York (centavos por libra-peso)
Dezembro/16: 158,75 (+1,65 pontos)
Março/17: 162,20(+1,65 pontos)
Café conilon (robusta) em Londres (US$ por tonelada)
Novembro/16: 2125,00 (+39,00 dólares)
Janeiro/17: 2153,00 (+44,00 dólares)
Café no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Arábica/bebida boa – Sul de MG: 525-530
Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: 530-535
Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: 445-450
Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): 505-508
Dólar e Bovespa
O dólar caiu 0,92%, cotado a R$ 3,181. Já o índice Bovespa atingiu o melhor patamar desde abril de 2012, chegando a 63.787 pontos, alta de 1,73%.
Milho: custo com importação breca queda nos preços
Mesmo com maior importação em 27 anos, remuneração no mercado físico não cede, por conta dos custos logísticos para a chegada do cereal ao mercado brasileiro