Em muitas regiões produtoras de milho segunda safra do estado de São Paulo, houve atraso no plantio, consequência da demora da colheita de soja, causada pelo clima. Na propriedade do Josuel Moraes, em Araçoiaba da Serra, a situação não foi diferente. O atraso da semeadura foi de mais de 15 dias.
Outro desafio enfrentado pelo produtor foi o aumento no custo de produção. “A gente fez tudo com dinheiro do caixa próprio, mas tá dobrando o preço. A mercadoria para vender aumentou de preço, mas o custo de produção dobrou de preço também, desde o óleo diesel, insumos, semestre, está tudo caro, então não está muito fácil de trabalhar, tem que trabalhar com pé no chão para não perder lá na frente”, comentou.
Apesar disso das dificuldades com o clima e o custo de produção, é aguardada uma boa safra. “No ano passado a gente teve produção de cerca de 110 sacas por hectare. Neste ano, eu espero de 100 sacas a 90 sacas por hectare, porque a chuva tá mais complicada, e eu plantei um pouco tarde, então estou aguardando essa colheita”.
Mesmo com a produtividade podendo registrar baixa de quase 20%, o volume colhido deve pagar os custos de produção com margem de lucros. “Sendo 100 sacas por hectare está razoável. Não deixa prejuízo e deixa um pouco de lucro ainda”, ressaltou.
Para 2022, o produtor planeja aumentar a área plantada, de 50 para 200 hectares. E para esta safra, a expectativa é vender o grão pelo dobro do preço comercializado em 2020. “O ano passado eu vendi em torno de R$ 45 a R$ 50 a saca, agora, neste ano, a expectativa é de vender R$ 90 a R$ 100 a saca, a expectativa é bem melhor”.
Puxado pela alta demanda e estoques mais baixos, o mercado deve continuar aquecido e o preço em alta nos próximos meses. “Como um todo, acreditamos que a produção de milho vai ser boa, mas não vai satisfazer a demanda. Acreditamos que teremos mais aumentos de preços porque a demanda global está muito grande pelo milho”, comentou Bernhard Leisler Kiep, diretor da Abramilho.