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Mercado e Cia

Milho retoma patamar recorde de R$ 62 em Campinas; veja o que esperar

De acordo com analista, a valorização da saca se deve à retenção de vendas pelo produtor, que está capitalizado e aguarda mais altos no futuro

O preço do milho voltou a atingir R$ 62 por saca, em Campinas (SP), de acordo com a Safras & Mercado. Esse é o maior patamar da história já registrado e tinha sido observado no fim de março deste ano, antes dos reajustes negativos das cotações em virtude dos efeitos da pandemia da Covid-19 na demanda interna e externa pelo grão.

O analista de mercado da consultoria Paulo Molinari aponta que o principal motivo para esse movimento de alta no mercado interno é a retenção do milho pelos produtores, que estão capitalizados e aguardam preços mais altos no futuro.

Tendência

Molinari projeta mercado sustentado pelo menos até janeiro de 2021, quando o produtor deve tomar a decisão se limpa ou não o armazém de milho que ficará parado até o fim de 2020. Sua análise leva em conta os preços recordes de suínos e bovinos, além de o bom momento também no mercado de frango, leite e ovos. De acordo com ele, a conjuntura interna é de alta das commodities, o que pode até mesmo indicar um sintoma inflacionário.

No exterior, o analista projeta um corte da safra norte-americana em virtude das tempestades no estado de Iowa. Caso essa projeção se confirme, os estoques nos Estados Unidos recuariam de 70 milhões para 62 milhões de toneladas, e sustentariam as cotações entre US$ 3,10 e US$ 3,45 por bushel na Bolsa de Chicago.

Câmbio

O analista comenta que apesar da queda do dólar ante as principais divisas, o que poderia gerar valorização ao real, a moeda brasileira tem se desvalorizado em virtude do cenário político conturbado. Nesse sentido, com a taxa de juros baixa, o câmbio acaba sustentando a proteção de capital em momento difícil do cenário político e econômico.

Comercialização

Paulo Molinari estima que a segunda safra de 2021 encerrará agosto com 20% a 22% de sua produção comercializada. Para 2022, algum volume já começa a ser negociado. Em Mato Grosso, ele observou preços entre R$ 36 e R$ 38 a saca para a segunda safra do ano que vem e entre R$ 34 e R$ 35 para 2022. O analista acredita que esses patamares podem ser uma boa opção de negócio dependendo das condições de travamento dos custos.

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