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Mercado e Cia

Milho: contrato setembro bate recorde na B3, negociado acima de R$ 50; veja tendência

Segundo analista, a tendência para o segundo semestre é de preços firmes, com chance até de novas altas caso a demanda interna se fortaleça

Os preços do milho bateram recorde na B3 nesta sexta-feira, 31. O contrato com vencimento em setembro alcançou a máxima de R$ 50,84 durante o dia, maior valor desde que passou a ser negociado na bolsa. Por volta das 13h (horário de Brasília), operava a R$ 50,74.

O analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, afirma que o fator preponderante para o avanço das cotações é a comercialização bem adiantada. “Com a colheita na reta final em Mato Grosso e a comercialização na faixa de 70% da segunda safra, resta pouco para ser negociado”, diz.

Segundo ele, os produtores que têm milho para negociar estão esperando preços maiores, até acima de R$ 55 por saca nos portos, já que sabem que há pouco produto disponível para negociar no segundo semestre. “Tivemos negócios nos portos a R$ 52 esta semana, em Paranaguá, para o milho entregue em setembro”, conta.

Brandalizze analisa que as exportações têm ganhado ritmo nas últimas semanas. Na semana passada, os embarques totalizaram cerca de 1 milhão de toneladas e ele projeta mais 2 milhões de toneladas na semana final de julho. Dessa forma, o mês fechado poderia até passar de 5 milhões de toneladas exportadas.

O analista afirma que o milho negociado está programado para embarques em agosto, setembro e outubro, mas que ainda há muito interesse comprador para os meses seguintes.

O destaque, de acordo com Brandalizze, continua sendo a China, que está comprando muito cereal em virtude de demanda crescente e dos estoques baixos no país. A projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para as importações chinesas era de 7 milhões de toneladas, mas que no mercado já se comenta que esse número pode superar 15 milhões, segundo informações da Brandalizze Consulting.

Tendência de preço firme no segundo semestre

Com a colheita avançando para o estágio final e a demanda externa competindo fortemente, as indústrias nacionais, sobretudo de ração, são obrigadas a oferecer valores maiores e devem manter o mercado firme no segundo semestre, segundo Brandalizze. Inclusive, o analista adiciona que é possível até mesmo esperar algum avanço a partir desse cenário de fortalecimento da demanda interna, pois o setor de ração está em um ano bom, com recordes de exportação para carne bovina e suína.

Mercado de soja também é favorecido

O cenário de comercialização antecipada também atinge o mercado de soja. A Brandalizze Consulting estima que a safra 2019/2020 já esteja 90% comercializada, com um volume restante de 12 milhões de toneladas, bem abaixo da média histórica para o período que seria de 20 milhões. A nova safra, que se inicia em setembro, tem 40% do volume negociado, o que representa 53 milhões de toneladas vendidas.

De acordo com ele, essas sinalizações favorecem o mercado, pois mostram fôlego da demanda, sobretudo para exportação, e gera aumento dos prêmios nos portos, que se encontram nos maiores níveis do ano.

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