Apesar da alta dos preços da soja no mercado interno brasileiro, a mistura de óleo de soja na produção de biodiesel não foi alterada. Segundo o diretor superintendente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Julio Cesar Minelli, o complexo soja não precisa necessariamente ser afetado pelo aumento dos preços do grão e foi isso que aconteceu no caso do óleo.
“Os preços pagos pelo produto estão 4% menores do que há dois meses e devem continuar estáveis”, compara o especialista.
Ele também diz que as exportações do óleo de soja caíram, contribuindo, portanto, para a estabilidade dos preços. A matéria-prima tem boa disponibilidade, ao contrário do farelo de soja, que tem impacto direto da oferta do grão. No momento, a mistura do biodiesel conta com 75% de óleo de soja, além de sebo bovino e óleo de algodão.
O representante da Aprobio destaca a importância da consciência ambiental quando o óleo de soja é utilizado para a produção de biocombustíveis. “O principal objetivo nos próximos anos é aumentar o índice de biodiesel no diesel, que atualmente é de 7%. Até 2019, esse valor deve subir para 10%, mas o plano é de que atinja os 15% se houver disponibilidade de matéria prima”.
Minelli finaliza dizendo que a mudança de governo não vai afetar em nada o aumento da produção de biodiesel no Brasil e afirma que o novo ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, é a favor do programa, então “não deve apresentar nenhum tipo de retrocesso”.