Em menos de um mês, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, fizeram declarações contra a China que causaram um mal-estar com o Brasil. Cientes da importância do gigante asiático para as exportações nacionais, lideranças do agronegócio pedem cautela.
O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, afirma ter conversado com grandes nomes do setor sobre o assunto. Para a maioria, o Brasil precisa tomar cuidado para não acabar perdendo um grande parceiro. “Os chineses são muito pragmáticos, gostam de protocolos. Não é hora de chutar-lhes a canela”, comenta.
Os Estados Unidos, que podem competir diretamente com o Brasil pela demanda de carnes chinesa, deve reverter para o mercado interno parte do milho usado na produção de etanol, o que, segundo Glauber Silveira, pode baratear as proteínas americanas. “A China é o nosso principal comprador de carne. Não é momento de ficar falando bobagem em rede social”, diz.
O vice-presidente da Abramilho destaca, ainda, que o Brasil depende da China para conseguir diversas peças e equipamentos necessários neste momento de pandemia, como respiradores. “Não podemos ficar brigando com nosso principal fornecedor de itens essenciais à saúde da população brasileira”, finaliza.