A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa) dos Estados Unidos atualizou a sua projeção para o La Niña nos próximos meses. De acordo com o órgão, o fenômeno deve ser um dos três mais fortes dos últimos 20 anos, mantendo-se com forte intensidade até o trimestre janeiro-fevereiro-março.
Ao longo do outono do Hemisfério Sul, a tendência é que vá perdendo força até chegar à neutralidade climática, de acordo com a meteorologista Desirée Brandt, da Somar. “Porém, com isso, a safra de verão e a segunda safra vão sentir e muito os efeitos do La Niña”, destaca.
Como de praxe, o fenômeno leva chuvas mais significativas ao Matopiba e atrasa as precipitações no Centro-Oeste, além de submeter a região Sul, principalmente o Rio Grande do Sul, à estiagem severa, o que já está acontecendo. Além da seca neste momento, a segunda safra de milho também pode ter corte no regime de chuva.
Curto prazo
O Sul do Brasil deve registrar chuva neste fim de semana, por conta da combinação de uma área de baixa pressão e uma frente fria. As precipitações mais volumosas devem acontecer a partir do domingo, 15.
“No fim do sábado, teremos as primeiras pancadas no Rio Grande do Sul. Mesmo que não sejam volumosas, podem ser perigosas, porque o dia será marcado pelo calor, que favorece temporais com ventania, descargas elétricas e até granizo”, diz.
Desirée ressalta que o acumulado previsto não será suficiente para reverter o déficit hídrico gerado pela estiagem prolongada. E, para piorar, entre 19 e 23 de novembro, a chuva migrar de volta para o Matopiba, rareando no Sul. Ela retorna ao Centro-Sul a partir do dia 24, mas ainda de forma mal distribuída.