Os produtores do noroeste de Minas Gerais vão entregar menos feijão carioca nesta terceira safra. E o motivo não foi quebra por causa do clima. A região que envolve o noroeste mineiro e o entorno de Brasília (DF) tem cerca de 280 mil hectares irrigados. Desta área, normalmente 35% é destinada ao feijão carioca. Só que neste ano, a área plantada caiu cinco pontos percentuais, chegando perto de 80 mil hectares.
Segundo o agricultor da região José Alves, o que motivou a queda na área foi a aposta dos produtores em produzir semente de milho para a safra de verão. Desa forma, um mercado que já está com falta de feijão carioca, perde mais oferta ainda. Mas isso melhora o preço pago ao produtor.
Segundo a consultoria Safras & Mercado, o preço do grão nesta região está no patamar de R$ 500 a saca. Alves argumenta que ninguém tem feijão para negociar este preço, mas que a remuneração esperada deve ser o dobro do imaginado.
“A gente tem consciência que o feijão que tem é insuficiente para atender o mercado, nós trabalhamos com uma ideia de que abaixo de R$ 300 a saca, não vai ficar. No planejamento da safra, nossa expectativa era de no máximo R$ 150”, conta.