A partir desta terça-feira, 22, os produtores rurais não têm mais autorização para usar o herbicida paraquat. A comercialização do produto também foi proibida pela diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Em nota, o Ministério da Agricultura disse que vai adotar as providências necessárias para atender a decisão da Anvisa.
Vale lembrar que em Brasília tramita um projeto de lei na Câmara e outro no Senado para que o produto já adquirido possa ser utilizado. Além disso, um dos diretores da Anvisa solicitou que a regulamentação do uso dos estoques disponíveis ainda seja discutida em reunião da agência.
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Sem o uso do paraquat, a Federação da Agricultura e Pecuária do Paraná estima um aumento de até 129% no custo de produção dos agricultores a depender do manejo utilizado. No caso da dessecação, por exemplo, a alta pode chegar a 121 %
Para Glauber Silveira, esta semana será decisiva para saber o futuro dos produtos estocados nas fazendas. “O avanço não é simples, pois ocorrem várias discussões importantes no Congresso e, além disso, estamos em um ano eleitoral. Eu vejo com certa dificuldade que se aprove alguma coisa no sentido para que se possa aplicar esse produto. Primeiro, porque a partir de hoje o produto precisa ser recolhido e as empresas não podem esperar uma eventual lei que surja no congresso. Eles têm a obrigação de ir até a propriedade e retirar esse produto”, disse.
Segundo ele, são cerca de 12 milhões de hectares que utilizariam o composto. “Agora imagina, o produtor vai perder esse dinheiro, pois comprou para utilizar nesta safra e o produto foi banido. Imagina a briga que vai ficar agora de quem vai ficar com o prejuízo, a empresa que já fabricou ou o produtor, que terá que desembolsar mais dinheiro para comprar outro produto”, completou.
A substituição do paraquat seria por mais de um produto, aumentando o custo, diz Glauber Silveira. “São custos que aumentam mais de R$ 1 bilhão, adquirindo produto de última hora. O deputado Alceu Moreira [Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária] está em Brasília para que a Anvisa solte uma nota permitindo o uso do produto que está em estoque, para que não seja maior ainda o prejuízo do produtor rural. Como hoje é o primeiro dia, acredito que até quinta-feira deve ocorrer uma reunião para resolver isso e espero que haja um bom senso. Além da Frente Parlamentar, a própria ministra está colaborando nessa frente. No entanto, caso não se resolva, vai ser uma corrida muito grande atrás de outros produtos e a indústria terá que se virar para entregar esse material. Será um Deus nos acuda”, finalizou.