De acordo com uma declaração foi feita pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, neste domingo, 5, em entrevista à CNN Brasil, o governo brasileiro pretende fazer quatro grandes privatizações em até noventa dias, além de aprovar uma reforma tributária ainda neste ano.
Segundo o ministro, a agenda de privatizações e concessões está sendo seguida normalmente pelo governo apesar do cenário de incertezas por conta da pandemia do novo coronavírus. O ministro não confirmou quais empresas serão privatizadas. Já reforma tributária, de acordo com Guedes, que deve ser aprovada ainda este ano e se caracteriza, na verdade, como um programa de substituição tributária, sem a intenção de aumentar impostos.
De acordo com o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, é muito difícil e praticamente impossível que essas privatizações ocorram em 2020. “Não há consenso dentro do governo Bolsonaro a respeito de privatizações e na reunião ministerial divulgada pelo Supremo Tribunal Federal, foi cogitada a pauta das privatizações dessas empresas públicas neste ano, mas o presidente afirmou que esta é uma pauta para 2021”, diz Daoud.
A respeito da reforma, o comentarista afirma que é impossível realizar uma reforma tributária nos moldes propostos pelo ministro sem antes efetuar uma reforma da federação. “Uma reforma da federação é atribuir aos entes das federações como municípios, estados e ao governo federal, o que fazer dentro das áreas prioritárias e com que dinheiro fazer, e a partir disso, haveria espaço para uma reforma tributária, sem esse ambiente, não vejo possibilidade alguma”, comenta Miguel.
O comentarista do Canal Rural vê com preocupação a fala do ministro da economia a respeito da tecnologia 5G no Brasil. Segundo ele, Paulo Guedes fez questão de ressaltar que o Brasil tem uma ideologia política diferente da China, e disse que o país é uma ditadura e que a tecnologia do 5G estará aliada a outros países.
“Não havia necessidade do ministro ter feito essa declaração em um momento em que a agropecuária brasileira possui uma dependência em relação às importações chinesas, o Brasil não pode crescer sem investimentos e exportações, e declarações como essas criam animosidades e preocupações para o mercado. Com isso, o produtor deve se preocupar porque com certeza virá uma retaliação chinesa”, finaliza Daoud.