A perspectiva para o setor de suco de laranja brasileiro em 2016 é positiva, diante dos sinais de que os estoques estão diminuindo e de que devem ficar em níveis adequados à demanda atual. A previsão é do diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto.
– No ano que vem, os estoques devem chegar próximos ao equilíbrio técnico, que é o que se precisa para cumprir os contratos – afirmou ele em entrevista à primeira edição do “Mercado e Companhia”.
Os dados mais recentes da CitrusBR apontam que o estoque de passagem global de suco de laranja concentrado e congelado brasileiro, ao final da atual safra, será de 329,667 mil toneladas, levando o estoque em 31 de junho de 2016 a ser 25,4% menor que o registrado entre a safra passada e o começo da atual.
– Toda a gordura que vinha acumulando e que é muito prejudicial ao setor, ela aos poucos vem sendo queimada. Então, para o ano que vem, para a próxima safra, a gente deve ter os estoques mais equilibrados – disse Netto.
Os estoques elevados dos últimos anos foram resultado da queda no consumo global, devido à concorrência com outras bebidas e mudanças nos hábitos de café da manhã.
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Entre 2004 e 2014, a demanda por suco de laranja caiu 15,2%. O consumo na América do Norte baixou 25% no período, e o de Europa recuou 15%. O consumo da Ásia, por sua vez, avançou 23%, enquanto a demanda da América Latina e do Oriente Médio aumentou 85% e 88%, respectivamente. No entanto, os três últimos mercados ainda possuem pouca representatividade. Segundo a CitrusBR, a Ásia toda e o Oriente Médio não correspondem nem 10% do consumo mundial
Para a atual safra, a expectativa da CitrusBR é de 278,9 milhões de caixas, uma safra considerada baixa, por conta dos estoques elevados dos últimos anos.
Flórida
Em relação à Flórida, que sofreu com a incidência de greening nos pomares, o diretor-executivo da CitrusBR afirmou que a atual safra foi muito baixa, de quase 94,6 milhões de caixas, o que acabou beneficiando os produtores brasileiros.
No entanto, os estoques estão 12,9% superiores ao registrando na temporada passada, o que significa que parte do suco de laranja brasileiro exportado não foi vendida. Netto afirma que é preciso esperar a nova safra para ver se o Brasil será novamente beneficiado.
