Em apenas dois anos, o número de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave – que é quando as pessoas relatam chegar a passar fome – passou de mais de 10 milhões de pessoas para 19,1 milhões. Isso representa 9% da população local.
O comentarista Miguel Daoud afirma que, em meio à pandemia da Covid-19, muitas das pessoas que viviam na informalidade agora estão passando fome e o auxílio emergencial não será suficiente. “A economia não vai voltar como alguns economistas dizem. O comportamento da sociedade vai mudar, não será como no passado. A vacinação vai melhorar porque salvará vidas, mas a economia terá um passo mais lento”, diz.
Para tentar minimizar esse quadro, municípios e associações têm criado campanhas de arrecadação de alimentos com o objetivo de atender parte da população afetada pela pandemia. Um exemplo de ação vem de Erechim (RS). A Coordenadoria de Segurança e Defesa Civil, junto com a Força Voluntária do Alto Uruguai, começou a criação de um banco de alimentos. A primeira arrecadação vai acontecer no sábado, 10. Os alimentos recebidos serão doados para instituições que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade.
Mais do que ações locais, Daoud defende a criação de um Plano Nacional de Alimentação pelo Ministério da Agricultura que reunirá todos os segmentos do agronegócio, beneficiando tanto pequenos produtores quanto a população que passa fome. “As entidades estão dispostas e as empresas querem ajudar”, frisa.