O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cresceu 1,26% no mês de julho. Dessa forma, o setor completou sete meses seguidos de alta em 2020, com crescimento acumulado de 6,75% no período.
A pesquisadora do Cepea Nicole Rennó destaca os fatores positivos que impulsionaram o PIB do agronegócio. “Esse ótimo desempenho decorre de um conjunto de fatores positivos. Primeiro, a agropecuária já tem uma resiliência usual a crises econômicas, pelas suas características de elasticidade e de oferta e demanda. Em segundo lugar, este ano nós tivemos uma excelente safra agrícola, que impulsionou o PIB dentro da porteira. Em terceiro, como muitas atividades do agro são essenciais, o setor não pôde parar. Além disso, os agro-serviços continuaram produzindo e gerando renda. No cenário externo, temos uma situação duplamente positiva com demanda aquecida, com destaque para China e o real desvalorizado. E o último ponto foi o auxílio emergencial, que deu suporte à renda das famílias e permitiu que a demanda interna não fosse tão prejudicada”, analisa.
O único segmento que teve retração da produção no acumulado nos primeiros sete meses do ano foi a agroindústria. De acordo com Nicole Rennó, o setor sofreu mais em virtude da produção de alguns bens não essenciais e que dependem muito da demanda doméstica, como têxteis, vestuários e bebidas.
A tendência é que o PIB do agronegócio continue em alta e feche o ano com um crescimento importante, aponta a pesquisadora. No acumulado entre janeiro e julho, o crescimento do setor foi o maior da série histórica. Caso a perspectiva positiva até o final do ano seja confirmada, Rennó projeta que o agronegócio possa atingir 25% de participação no PIB total do Brasil.